Como você era quando tinha 16 anos? Eu estava terminando o ensino médio, um pouco confuso quanto a quem eu era e ao que eu sentia por uma determinada pessoa e muito ansioso pelo futuro. Pensava em faculdade, pensava se eu ainda teria amizade com as pessoas do ensino médio e coisas assim. Diferente da maioria dos meus amigos, eu sempre deixei a vida amorosa em segundo plano, quase nunca me importei com isso e acredito que foi por esse motivo que não me identifiquei tanto com 24h adolescente e às vezes apaixonada.

Sabe quando você conhece alguém legal e tem tudo para dar certo com essa pessoa, mas você não sente nada e fica com aquele sentimento de "não é para mim"? Foi isso que senti com o livro escrito por Cláudia Zambrana.

A autora tem uma ótima escrita, bem dinâmica, o que torna a leitura rápida e leve, mas o fato de eu não ser o público-alvo do livro implicou com que eu não aproveitasse tanto a leitura.

Bia tem 16 anos está começando a viver tudo pela primeira vez (Primeiros beijos, primeiros namorados, primeiras decepções) e é normal ainda ser imaturo quando se está nessa fase, mas confesso que me irritei em diversos momentos com a protagonista. O fato de tudo acontecer muito rápido também prejudicava ainda mais minha avaliação da personagem. Eu contei e em menos de 24h Bia ficou com o Igor, com o Diego, aceitou o pedido de namoro do Diego, terminou com ele e nos momentos finais da história, houve uma indicação de que ela provavelmente ia voltar sua atenção para Rafa (com quem também ficou durante a obra). Ainda nessas 24h, a Lara, melhor amiga de Bia, passou a se interessar pelo Diego (foi uma espécie de amor a primeira vista) e ficou com raiva por a Bia começar a namorar com ele e fez de tudo para prejudicar a vida da sua até então melhor amiga. Conseguiu acompanhar tudo? Eu confesso que fiquei sem fôlego só de escrever esse resumo e o mesmo aconteceu enquanto lia. Tá, ok, eu sei que a adolescência é uma fase onde tudo acontece de forma muito intensa, mas era necessário haver mais tempo para desenvolver todos esses acontecimentos. Fazer tudo isso em 24h e em poucas páginas resulta em uma trama não tão amarrada e inverossímil, além de despertar no leitor uma certa aversão à protagonista da história, que toma uma série de atitudes precipitadas e incoerentes no pouco espaço de tempo que tem para resolver seus problemas.

Tirando esses problemas, foi uma leitura bem leve que serviu para me distrair desses tempos sombrios em que vivemos. Acredito que para o público adolescente, de aproximadamente 13 até 16 anos, 24h adolescente e às vezes apaixonada é uma excelente escolha. Tenho certeza que eles vão se apaixonar, suspirar e até mesmo se divertir com as situações em que Bia se mete no decorrer da história.


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