Naquela noite, sob o céu escuro onde mal dava para contar as estrelas, dois rapazes se encontraram numa universidade. O alto canceriano, com sua aura lunar, e o pisciano, quatro centímetros mais alto e com um sorriso que parecia como o sol, iluminando o ambiente soturno.

Conforme conversavam, cada vez que o canceriano via aquele sorriso lindo do pisciano, sentia uma vontade irresistível de beijá-lo. E algo dizia ao canceriano que o pisciano também compartilhava desse sentimento, visto que cada vez que eles se encaravam e o silêncio pairava pelo ar, era como se cada partícula dos corpos dos dois pedissem para que eles fizessem isso. 

Mas o canceriano, medroso como um caranguejo, tinha medo de tentar. Medo de ao se beijarem, estragar tudo que vinham construindo. "E se a gente se beijar e perceber que não somos para ser?", pensou. Mas a leveza do pisciano, como um peixe que nada livre pela água, fez o canceriano mudar de pensamento. "E se a gente se beijar e perceber que somos para ser?" 

O beijo que trocaram começara lento e com cautela, como alguém que está nadando em um mar desconhecido. Depois veio a adaptação.... O aconchego... E a voracidade. Parecia que os dois tinham uma sede sem fim e o beijo deles era a última garrafa de água do planeta terra. Sendo assim, a única forma de saciar essa sede era beijando sem parar. E foi o que fizeram.

Nadando no ritmo das águas do desejo, sem saber para onde estavam indo, mas aproveitando cada momento juntos, eles se divertiam como se fossem duas crianças em um parque aquático.

Em algum momento, sabe-se lá depois de quantos beijos, os dois comeram bolo de chocolate e voltaram a se beijar. O beijo tinha gosto de chocolate e o pisciano riu, começando a se preocupar e pedir algo para tirar o sabor de chocolate do beijo. O canceriano pensou: "Beijo de chocolate... É fofo, doce e combina com o que estou sentindo. Eu preciso registrar isso."

Pegando o caranguejo medroso de surpresa, o peixe sorridente brincou, perguntando quantos encontros seriam necessários para que o canceriano escrevesse sobre eles em seu blog. Na hora, o canceriano desconversou. Agora, com um sorriso bobo no rosto, enquanto finaliza esse texto, o canceriano decretou: "Um, apenas um" 

No momento em que viu o pisciano descendo do Uber, ele sabia que aquela noite seria lembrada para sempre em sua memória e em seu coração.


Um Comentário

  1. Seu artigo foi excelente! Aprendi muito com ele. Vou mantê-lo em meus favoritos para consultar sempre que precisar.

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