Acho que nunca comentei aqui sobre minha paixão por realitys shows, mas o fato é que desde criança assisti o Big Brother Brasil e sempre me imaginei lá (tendo até já me inscrito para participar do programa), então todo início de ano, quando o programa começa a ser exibido, mudo minha rotina só para acompanhar e comentar o programa, além de participar de grupos de discussão e assistir o maior número possível de canais no YouTube que comentam o reality.

Dentre os participantes do BBB 21, o que mais me identifiquei foi o Gilberto. Geralmente não voto, mas no último paredão que ele protagonizou, eu me mobilizei e não parei de votar para tentar impedir sua saída. Infelizmente não foi o suficiente e ele saiu em quarto lugar, entretanto quando paro para refletir sobre o programa, é o nome do Gil que me vem na cabeça. Acredito que não é preciso vencer o BBB para ficar na história e Gil fez isso de forma brilhante e espontânea.

Quando soube que ele estaria lançando um livro sobre sua história ("Tem que vigorar!", pela Globo Livros) fiquei muito curioso para ler e um pouco preocupado com a qualidade da obra, dado o curto período de tempo da produção (Gil saiu do BBB em maio e o livro foi lançado em junho), contudo, apesar dos pontos negativos, apreciei a leitura do livro do Gil do Vigor.

O principal ponto negativo de "Tem que vigorar!" é justamente essa pressa que aconteceu para lançar o livro. Me parece que a editora estava desesperada para lançar o mais rápido possível para não perder o hype do BBB e vender mais e com isso, entregou um livro que parece inacabado. A maioria das histórias que o Gil conta são ótimas, o leitor fica curioso para saber mais, só que aí elas acabam. A maioria dos capítulos não passa de duas ou três páginas, então não ocorre o aprofundamento necessário e resulta em um livro raso, cheio de palavras bonitas jogadas para causar algum impacto em quem lê. E o que foram os depoimentos da Xuxa e Deborah Secco sobre o Gil? Completamente desnecessários e sem sentido.

A sorte é que o livro do Gil do Vigor é sobre o Gil do Vigor e ele é um ser iluminado que consegue alegrar o outro só por existir, então me peguei sorrindo com algumas histórias e me emocionando com outras. Fico pensando em como o livro poderia ter sido melhor se tivesse existido um melhor planejamento e não tivesse sido feito de qualquer jeito só para não "esfriar a pauta". No jornalismo, esse é um problema bem recorrente, você precisa ser rápido para entregar a notícia logo, se não ela esfria e ninguém quer mais ler sobre isso. Só que existe a reportagem, onde a pauta é aprofundada e abordada de outras perspectivas, com mais fontes e um melhor desenvolvimento. O livro do Gil poderia ter sido feito pensando nesta segunda perspectiva, mas acho que a Globo Livros só estava preocupada com o número de vendas, não é mesmo? Uma pena para quem lê, mas uma maravilha para eles ("Tem que vigorar!" segue nos mais vendidos até hoje).


Deixe um comentário